RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL
Umas das questões mais difundidas no imaginário popular do brasileiro, é sempre o de culpar alguém por suas ações ou até mesmo a aderir discursos culpando terceiros por conta de crimes e atos que ferem a liberdade e o direito dos outros. O ladrão no Morro, pode ser que nada entenda o que gerou tudo aquilo, na constituição daquilo, mas nem por isto, é menos culpado se porta um fuzil e assalta, temos responsabilidade, sobretudo individual. Nós somos responsáveis pelas decisões que tomamos, se tivermos no nosso perfeito juízo. A responsabilidade individual é um dever e um direito de todas as pessoas.
De quem é a culpa de um assalto? A culpa é sempre de quem comete tais atos, verdade reforçada insistentemente. Nada, absolutamente nada justifica um ato de agressão contra um outro alguém, mas a culpa é da sociedade ou de alguma política que falam de modo abstrato, claro... Mas meu caro, já pensou? Não se vence o mal adotando-o e o praticando a seu favor, isto não serve de desculpa para a violência. Culpar a vítima é agredi-la uma segunda vez, é a sociedade é A vitima e não o oposto
Seria ótimo que essa certeza tão enfática a respeito da responsabilidade do agressor também fosse ressaltada nas letras tão amplamente difundidas em letras de "Rap" que formam o imaginário popular de uma porção de gente, que daí a ler meios textos sem nexo, já se consideram com as soluções do mundo.
Muitos intelectuais, principalmente ligados à esquerda, - é claro a que mais ganha com tudo isto-, são rápidos para apontar a todo tipo de desculpa que tire das costas do ladrão ou assaltante a responsabilidade individual pelo que ele fez.
A culpa deve ser da pobreza, que "empurra" as pessoas para o crime; ou responsabiliza-se diretamente a vítima, que "ostentou" riqueza em uma sociedade miserável.
Do mesmo modo, ao enfatizar isto corretamente, você não à como isentar um estuprador por exemplo, existe a responsabilidade individual do estuprador, assim como a do bandido, não se pode isentar o ladrão, o assaltante e até mesmo o assassino em nome de questões de "classe social", menos ainda políticos que também têm suas culpas no cartório.
O externo, o mundo a sua volta, tem também, sim, sua influência sobre as ações humanas (assim me refiro também a própria formação moral que cada um recebe).
E isto meu caro amigo de "Rap" vale tanto para a desigualdade social quanto para a ideia de que a mulher não passa de objeto sexual - e é importantíssimo que a sociedade lute para reverter este entorno.
Mas a decisão final amigo, a puxar um gatilho, a de assaltar um cidadão, ou a de violentar uma mulher - é e sempre será do indivíduo.
Recordar este fato é um dos méritos da indignação popular, admitir que todo crime é resultado de uma decisão individual e que nenhuma vítima deve ser responsabilizada pela violência, é puramente uma questão de senso, uma questão não só de coerência, mas de profundo respeito pela liberdade e dignidade do ser humano.
E você meu amigo de rima, já pensou? Quando culpa e justifica isto ou aquilo, com as mesmas falas tão bem arraigadas no imaginário popular brasileiro, coisas como "O bandido de chinelo na favela é o menos culpado", e daí se segue um longo esbravejar de concordância de um ser que não pensou 1 segundo sobre o tema, por outros que também não.
Mas como é explicar tudo nesta mesma clave? A coisa mais óbvia, na análise da História e da sociedade, que está mesma a qual você sempre se refere de modo abstrato se julgando fora dela, ela se movimenta e as situações se modificam, e quando ela muda, você já não pode a descrever com os mesmos conceitos de antes, terá de estudar o movimento desta sociedade, assim achando as novas análises a respeito, também para dar conta de fatos inéditos, não enquadráveis nos moldes anteriores.
Outra questão bem cômica é o mesmo princípio de demonização das armas e justificando como "A indústria das armas quer tomar conta é porque vão ganhar dinheiro", mas já pensou? Existe outro lado que ganhará com a proibição e no mais das vezes com o próprio crime, e que tiram proveito desta sua mentalidade, se ainda é proibido mesmo com o clamor popular, a julgar por sua fala, não seria então claro e distinto que o outro lado, pelo menos teoricamente na discussão, é mais forte e rico e tira mais proveito e grana disto? Se dominam e monopolizam até os dias de hoje, contando ainda com a ajuda de sua ignorância útil. Não seriam os reais poderosos? Alguma vez lhe passou isto? Claro que não, pois você repete discursos, não reflete.
Chega ser patético observar como, como após tantas mudanças nesta mesma sociedade, que ainda assim seja nas universidades ou nas mídias, continuam a oferecer a você o "Mano da rima", -o público-, falseamentos de análises baseadas nos velhos conceitos passados, quando é claro que nada disso tem grande relação com os fatos do mundo atual.
O que ai temos é uma expressão da sociedade, porém como um instrumento de controle da sociedade pelo Estado; ao qual você que vive dizendo ser contra os grandes e blá blá blá nas suas rimas, ajuda. Que deposita nas mãos dessas elites meios de dominação social jamais sonhados pelos tiranos de outrora.
Só para sua informação caro amigo, os mesmos programas educacionais das ONGs e "descolados" que vão a seus shows, dão para vocês, programas educacionais em vigor a decadas, onde são determinados por normas homogêneas diretamente impostas pela ONU e calculadas não para desenvolver a inteligência ou a consciência moral das crianças, mas para fazer delas criaturas dóceis, facilmente manipuláveis, sem caráter, prontas a aderir com pleno entusiasmo, sem qualquer discussão prévia, a qualquer nova palavra-de-ordem e slogan do dia, que esta mesma elite julgue útil aos seus objetivos.
E a velocidade que todas pegam no imaginário popular, poderiam ser explicadas pelo simples adestramento escolar que prepara as crianças para aceitar as novas modas como mandamentos divinos, você um dia se deu conta da facilidade com que repete tudo que te dizem lá dentro? E ler alguma obra a respeito do mesmo assunto já?
O ruim, para você, e eles, é que algumas pessoas tem o "péssimo" ato e hábito de pensar e seriamente, caso alguém pense um pouco, logo fica claro que por trás das boas intenções existe um conjunto maquiavélico de monstruosidades.
Você gostaria de combater a violência não é? Não é isto que me diz em suas "rimas"? Pois então, vamos lá, o conceito de violência, é um substantivo. Como tal necessita-se, adjetivá-lo, o ligar a uma situação concreta e direta, para que adquira sentido real de valor, o de certo e errado.
Assim sendo, dizer que "devemos combater a violência", alguém deve ser combatido, -quem a prática. Ah não nos esqueçamos do policial, da policia, que tanto esnobam e chamam de violentos, sim, um policial arriscando a sua vida, travando um tiroteio com bandidos, pratica um ato violento. Da mesma forma, quando um exército faz a guerra contra um agressor. Porém, apesar de violentas, todas essas ações são meritórias, e inspiradas no altruísmo, cujo ponto mais alto é arriscar sua vida por outrem. E da mesma forma, quando um facínora espanca ou mata alguém, estupra uma mulher, ou assalta um cidadão etc, comete violência, porém, o valor moral da ação é completamente distinto, pois se trata de ação criminosa.
Você lançar questões sobre a intervenção no RJ não faz dela o que você diz e alega de "violência", primeiro porque você deveria definir o que realmente é isto. Esta generalização torna iguais o mérito e a torpeza. Se levado em consideração seus ditos, o combate a "violência", o combate ao crime deixa de existir como tal, pois estaria implícito.
E como também o criminoso (bandido) é "vítima social", não há por que combater o crime, é sim necessário e suficiente "mudar a injusta estrutura social do Brasil" ou então criar uma outra qualquer. É evidente que a argumentação é falsa.
Mas e as armas, elas matam não é?
A arma de fogo não mata, coloque-a sobre uma mesa e a peça para que atire e verá a resposta... Mas sim quem mata é quem a usa, da mesma forma que uma faca, um martelo, as mãos, etc. Quem mata é um ser vivo, e não um instrumento.
Alguém que resiste, armado, a outro alguém que tente restringir suas liberdades, pode também matá-lo, assim salvando sua vida, o que é o mais elementar direito humano. Não é? Logo você chegou a ver como seu pensamento é totalmente desconexo e disforme.
A sociedade e o indivíduo tendem a esquecer de suas responsabilidades para com os acontecimentos políticos. Colocando assim como se as decisões dissessem respeito somente aos seus representantes e as responsabilidades pessoais e coletivas fossem inexistentes, sendo incapazes de julgar as ações realizadas.
Mas todos nós temos responsabilidade pessoal. Um exemplo: Se alguém me disser: mate esta pessoa ou morrerá, estarei apenas sendo tentando a matar alguém, não sendo forçando a matar. Ser tentado não é desculpa moral para matar.
Poderíamos dizer que quem julga tais questões produz um juízo a cerca de algum fato e teria que estar presente, por direito ou capacidade de julgar o que ocupa lugar nas questões morais. Isto nada mais é que uma exploração do medo, que hoje se acha, um medo comum, o medo de julgar. Já que como diz a frase: "não julgue para não ser julgado", ela produz inconscientemente o medo de que se eu julgar, estarei sendo julgado. O que refiro é: A não-vontade de julgar seria admitida se não fossemos agentes livres.
E nesse caso, de "não-julgar", podemos dizer que a ideia que se possui é a de que somos todos parecidos, ruins e quem tenta ou finge ser inocente deve ser realmente decente ou se não um enorme hipócrita e em todos os casos tem de nos deixar ignorantes e em paz. Porém este modo de pensamento não procede com a verdade, deve-se culpar este ou aquele indivíduo por este ou aquele crime, o indivíduo na sua singularidade.
Dar nomes e atribuir culpa àqueles que estão no exercício do poder, ou mesmo dos mortos, é algo que parece estar imbuído de um medo comum nessa mesma sociedade, que você também participa. Pois está implícito como que uma falha de responsabilidade em quem está sendo julgado e outra em quem julga. E justamente é por essa causa que existem as leis, através das instituições, para julgar as questões de responsabilidade pessoal. São julgados homens de carne e osso, excluído tendências ou grupos, que transgrediram aquilo que faz parte de nossa integridade humana comum.
As questões morais e legais não são idênticas, mas pressupõe o poder de julgamento. Como distinguir o certo do errado, separado do conhecimento das leis e sem ter estado em igual situação? Parece que a resposta requer uma localização não da responsabilidade pessoal, mas do julgamento pessoal também.
E a punição acontece legalmente por dois modos: a necessidade de a sociedade ser protegida por um crime e a justiça retributiva.
Chegamos ao óbvio: A culpa é sua! Não da sociedade.
O importante é que não haja nenhum tipo de mal, pois sofrer e fazer mal são ambos igualmente ruins, e a nossa obrigação é evitar que aconteçam, nos defendendo de quem não tem nem uma moral a raciocinar nem refletir.
POR: VINICIUS OLIVEIRA.